quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Assassino era o Escriba

O assassino era o escriba ( Paulo Leminsk )

 Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
 Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
 regular como um paradigma da 1ª conjunção.
 Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas:
sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
 Casou com uma regência.
 Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
 E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA.
 Não deu. Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
 A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
 conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
 Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

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